Picos de Crescimento

Tuesday, 17 de September de 2019
Ganho de peso, aumento de altura. A evolução física que observamos desde o primeiro dia de vida extra-útero do bebê leva o nome de “crescimento”. Sim, crescer no sentido físico é isso. Esse desenvolvimento envolve etapas que geralmente acontecem naquilo que chamamos de “picos”. Quem já tem filhos deve ter notado que muitas vezes, de repente, do dia para a noite, aquela calça, a blusa da criança ficou pequena. Esses picos acontecem desde o nascimento e seguem pela adolescência.

Como é um processo de transformação, quando bebês, observaremos que nesses períodos que antecedem um crescimento a criança pode ficar mais inquieta, requerer mais mamadas – afinal, precisa de energia para que o organismo possa dar o seu máximo potencial em prol de sua evolução. Também será possível observar mudanças no padrão de sono. Tudo isso é absolutamente normal. Afinal, estamos falando do corpo em pleno movimento.

O chamado “pico de crescimento” nem sempre é esclarecido nos consultórios para as mães e pais, o que leva muitos a acreditarem que há algo de errado com a criança nesses períodos, levando ao uso de alguma medicação, como esse processo natural fosse uma doença. Ou, ainda acreditam que os bebês mamam mais porque o leite não é suficiente. Como já disse aqui, lembrem-se: somos fábrica, não estoque, logo na medida em que os bebês se alimentam no seio de suas mães, o corpo da mulher produzira o alimento na medida suficiente (quantidade e nutricional) que seu filho necessita. Por isso, “força no tete” como dizem as mães e mantenha-se o mais firme possível na livre demanda.
Uma pergunta recorrente é: “quanto tempo pode durar um pico”? Primeiro, compreenda que cada criança é única, logo, terá processos e tempos diferentes de evolução. Geralmente dura alguns dias.

Confira a seguir as diferentes fases relacionadas aos picos de crescimento:

Infância
O início e a duração dos picos no crescimento diferem em cada criança. Normalmente, o bebê duplica o peso de seu nascimento nos primeiros semestres de vida. Essa fase pode ser chamada de “crescimento ativo”. Por isso, nos 6 meses iniciais, os bebês se alimentam com mais frequência do que o habitual e podem ficar mais inquietos. Afinal, a vida extra-útero é algo totalmente novo para o bebê, que vivencia seu organismo se empenhando para que ele possa se desenvolver.

O aumento temporário da ingestão de leite durante a fase de crescimento ativo é um fenômeno normal, que se estabiliza em algumas semanas seguintes. O aumento da ingestão é diretamente proporcional ao aumento das demandas do corpo em rápido crescimento.

Esse é o primeiro pico da infância e começa a diminuir a velocidade após 6 meses. Essa desaceleração do crescimento continua até em média 3 anos de idade. É por isso que a criança parecer comer menos, se comparado ao início de sua vida.

É preciso compreender que a ingestão de uma criança é regulada pela demanda do corpo e não pela idade cronológica.

Durante os primeiros 3 anos de vida, as crianças ganham um terço do seu ganho de altura total até a idade adulta. A fase de crescimento lento ocorre entre 3-6 anos de idade, mas é um período importante de desenvolvimento de habilidades – que conversaremos dentro de alguns dias também por aqui.

Pré-adolescência (6-11 anos)
Nesse intervalo de tempo – que vai dos 6 aos 11 anos de idade, é possível observar períodos curtos de crescimento rápido. Seu início e progressão variam em cada criança.

As crianças em sua pré-adolescência costumam ganhar 6-7 cm por ano em altura e 3-3,5 kg por ano em peso.

O pico de crescimento na adolescência dura cerca de 5 anos e é acompanhado de mudanças hormonais.

Nos meninos, costuma começar entre 10 a 15 anos de idade, sendo o pico próximo dos 14 anos de idade. A velocidade de crescimento é de cerca de 9,5 cm / ano.

O que comemos e os nutrientes contidos nos alimentos são o combustível para que haja esse crescimento. Assim como quando bebês, durante o pico as necessidades diárias de nutrientes e calorias aumentam.

Portanto, invista esforço no período de introdução alimentar desde a primeira infância para que sejam gerados hábitos saudáveis nas refeições e, assim, aa criança possa evoluir com qualidade, evitando transtornos alimentares como falta de vontade de comer ou o oposto (comer em exagero).

Nesse período o acompanhamento do pediatra é importante para observar a evolução da criança e se há o aparecimento de problemas de visão (miopia por exemplo), ou alterações na coluna vertebral, devido ao crescimento acelerado. Também será acompanhado se há anemia – nas meninas pode ocorrer porque geralmente menstruam.
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