Projeto Práticas Integrativas apresenta: Microfisioterapia

Friday, 13 de September de 2019
por Ligia Erbereli – Fisioterapeuta
(@pisardraligia)


Criada na França, década de 80, por Daniel Grosjean e Patrice Benini, esta técnica é um braço da osteopatia. O princípio fundamental da Osteopatia é que o corpo possui um potencial natural de autocura, e que o papel do fisioterapeuta osteopata deve ser o de despertar este potencial, seguindo o ritmo e as indicações do próprio organismo com suas mãos.

Assim a Microfisioterapia é uma terapia manual, que através de micropalpações, movimentos manuais sutis sobre o corpo, é possível identificar áreas endurecidas que indicam disfunções em órgãos e/ou tecidos específicos. Estas regiões ficam “endurecidas” à palpação sutil em decorrência de situações vividas que deixam marcas ou, melhor dizendo, memórias inscritas no corpo.

Estas ocorrências podem ser desde traumas físicos - como quedas, fraturas, entorses -, agressões ambientais - como toxinas, vírus, bactérias, queimaduras, radiações, drogas -, até traumas que afetem o emocional - como perdas, conflitos, mudança radical de vida, frustrações, acidentes, violências. Ao identificar pelas mãos as áreas do corpo que foram afetadas por tais vivências ou agressores, o fisioterapeuta realiza gestos específicos que induzem o corpo a se desfazer destas memórias e iniciar um processo regenerativo interno. Tudo de forma indolor.

Normalmente quem se submete à Microfisioterapia sente grande relaxamento. É comum o corpo responder com sonolência, pois ao se exigir dele que trabalhe em processo de regeneração de si mesmo, ele pede repouso, assim pode centrar as forças neste processo. Os primeiros mil dias de uma criança são fundamentais para sua saúde e desenvolvimento.

Dra. Natália Oliveira sempre enfatiza isto. Ocorre que nascer já é um trauma, sair da segurança do útero materno pode ser percebido como uma situação traumática a depender de cada indivíduo. Depois do nascimento vem outros: separação dos pais por tempo mais ou menos longo, nascimento de dentes, desmame, mudança de quarto, creche, introdução de alimentos, as vacinas temidas. A lista é longa. Não por acaso os bebês apresentam choro prolongado, cólicas, sono intranquilo, refluxo, irritação, lesões de pele. Tudo isso pode atrapalhar a rotina da família e seu bem-estar.

A microfisioterapia pode trazer muitos benefícios ao utilizar o toque sutil para ajudar o organismo a ressignificar as memórias de traumas com os quais não soube lidar de maneira equilibrada. Em alguns casos, é importante que a mãe também faça para que os resultados sejam mais efetivos. Há um grande leque de indicações para a Microfisioterapia, não havendo especialidade de Microfisioterapia, pois trata-se de uma abordagem sistêmica que atua de forma integrada, buscando a origem do problema que o indivíduo deseja tratar.
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