Leite materno na UTI Pediátrica?

Friday, 09 de August de 2019
Quem se lembra do caso da Joana minha comadre, mãe do Pedrinho?

Em 2016 Pedrinho evoluiu com uma bronquiolite com 1 mês de vida na época e precisou ser internado na UTI e receber o leite por sonda.

Porém ficamos surpresos ao saber que o Hospital Santa Catarina não tinha estrutura na época para poder ofertar o próprio leite materno para os bebês internados, por não ter um local e/ou esquema que possibilitassem que ela ordenhasse seu leite no Hospital e tivesse os devidos cuidados que um ambiente como uma UTI requer. No momento da internação ele estava em aleitamento materno exclusivo e o leite materno ajudaria na sua rápida recuperação. Foi um momento difícil para todos!

Na época o fato ganhou atenção da grande imprensa, após Joana e outras mães se unirem e organizarem um “mamaço” em frente ao hospital em SP, reivindicando o direito de bebês receberem leite materno mesmo estando em UTI e exigindo comprometimento do Hospital em modificar isso.

Neste ano, o Ministério Público Federal e o Hospital Santa Catarina firmaram um compromisso para garantir que bebês internados na unidade sejam alimentados prioritariamente com leite materno tendo criado uma sala de ordenha no local.

É essencial que façamos mesmo barulho para que seja permitido o leite materno nas UTIs neonatais. Sabem por quê? Vamos a alguns fatos sobre LM:

É único que contém elementos de defesa que associados com sua pureza e perfeita composição garantem grande efeito protetor contra mortalidade e doenças infantis.

O leite materno das mães de prematuros possui mais IgA e mais leucócitos, pois os bebês prematuros tem menor defesa.

Olha que maravilha quando um micro-organismo entra em contato com o trato respiratório ou digestório da lactante gera uma resposta que resulta na produção de anticorpos que vão para o leite para proteger a criança antes mesmo desta contrair a doença! Incrível, né? -

Possui leucócitos (células de defesa) vivos, que têm atividade comprovada no intestino do lactente, produzindo resposta imune local e sistêmica.

Possui também Imunoglobulina A secretória que impede a adesão de micro-organismos na superfície intestinal do lactente, protegendo do vírus sincicial respiratório um dos causadores das bronquiolites tão freqüentes nesta época do ano (que foi o caso do Pedrinho) Contém lactoferrina uma proteína que tem ação bacteriostática, bactericida, antiviral, anti-inflamatória e imunomuduladora.

Presença de oligossacarídeos que promovem o desenvolvimento de bifidobactérias no intestino do bebê para formação de sua microbiota intestinal bífida, que impedem a proliferação de enterobactérias como shigela, salmonela e E. coli

É muito importante relembrar essa história para mim e dar a notícia para vcs que o Pedrinho está com 3 anos em desmame natural, que mesmo ele não tendo sido beneficiado com essa mudança a Joana lutou e possibilitou que outras mães não passassem pelo mesmo sofrimento! Por isso é importante nos unirmos sempre!
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